O Novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa nem é tão novo assim. Na verdade, ele foi assinado em 1990 pelos membros da Comunidade de Países de Língua Portuguesa –  CPLP, formada por  Brasil, Portugal, Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste. De lá para cá, ficou a cargo de cada país decidir quando o Acordo passaria a valer para sua população. No Brasil, a corajosa foi a ex-presidente Dilma – que, sabemos, era doida para mudar alguma coisinha na língua. Não conseguiu emplacar o “presidenta” mas nos deixou as novas regras do Acordo de herança. Desde que elas entraram em vigor em 2016, vira e mexe ainda nos perguntamos: essa palavra ainda é acentuada? Como será que ficou esse hífen? As mudanças não foram tantas assim, e já tem mais de quatro anos que foram implementadas. Então por que será que ainda nos pegamos com tantas dúvidas? 

 Em primeiro lugar, quatro anos parece bastante tempo, mas não é quando se trata da evolução de uma língua. Temos que nos lembrar que passamos muito mais anos escrevendo e lendo certas palavras e estruturas em suas formas antigas. Outra coisa que dificulta nossa memorização é a extensa literatura escrita antes do acordo que ainda está por aí. Aprendemos mais fácil quando lemos. Fixamos na memória aquilo que vemos repetidas vezes. Mas o caso é que, no momento, a maior parte dos textos que acabamos lendo precedem o Acordo. Impossível internalizar as mudanças, então? De maneira nenhuma. O que mudou nem foi tanta coisa assim, e podemos aprender facilmente.


* Não trema nas bases quando pensar no trema: ele caiu. Não existe mais. A única exceção fica para nomes próprios. Gisele Bündchen agradece.
* Parece até um contrassenso, mas agora essa palavra é escrita assim mesmo: sem o hífen e com “ss”. Aliás, toda palavra que tinha um prefixo e que começava com s ou r segue a mesma regra. Exemplos: contrarregra, antissemita etc
* Falando em hífen, ele gosta da diversidade. Por isso junta os diferentes e separa os iguais. Estou falando das letrinhas. Exemplo: anti-inflamatório agora tem hífen, para separar os dois “i”. Já neoliberalismo fica sem hífen. Ou seja, se em algum momento você se perguntar o que tem de errado com o seu micro-ondas, pode ser a falta de hífen.
* O acento diferencial não faz mais diferença nenhuma: caiu também. Palavras como para (de parar) e para (preposição) são escritas da mesma forma: sem acento. 
* Lembra aquelas palavras compostas com elemento de conexão, que você provavelmente já escrevia em hífen? Agora pode esquecer do hífen de uma vez por todas. Exemplo: dia a dia, mão de obra, passo a passo.
Vogais dobradas não exigem mais que você dobre sua atenção, já que agora vem sem acento. Exemplos: voo, enjoo, veem etc.
* Apesar de vir em cima das letras, o acento agudo está em baixa: não é mais necessário nas paroxítonas terminadas em ditongo, e nem no “i” e “u” tônicos dos hiatos. Exemplos: ideia, jiboia, feiura, baiuca.

Espero que você tenha gostado e que estas “brincadeiras” te ajudem a lembrar em caso de dúvidas!!!

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